• Tadao Nagai dando aula na Academia Nagai de Recife

    Tadao Nagai – 9º Dan de Judô

  • Tadao Nagai recebendo a Comenda Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro e Prata

    Tadao Nagai recebendo a Comenda Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro e Prata.

  • Tadao Nagai - Homenagem da Embaixada do Japão

    Tadao Nagai - Homenagem da Embaixada do Japão.

Tadao Nagai - 9º Dan de Judô

Nascido em 06 de julho de 1935, na cidade de Avaré/SP, Tadao é o filho mais velho dos lavradores imigrantes japoneses, Hiroshi Nagai e Asano Nagai e desde cedo teve que superar os obstáculos que a vida lhe impôs para conquistar seu espaço como atleta e profissional do Judô.


Tadao só pôde iniciar seus estudos aos 08 anos, quando foi morar na casa de um amigo do seu pai, em Pirajú, interior de São Paulo, quando sua família conseguiu o direito de cultivar sua própria plantação e arrendou um sítio próximo à essa cidade, mas devido à uma enfermidade sofrida por seu pai, teve que retornar ao sítio, de onde levava 40 minutos a pé para chegar à escola.


No ano de 1946, com 10 anos, novamente com o intuito de estudar, foi levado para São Paulo por um amigo do seu pai, quando foi morar na casa do Sensei Ryuzo Ogawa, que acolhia jovens estudantes no bairro da Liberdade em sua academia de Judô e todos que lá moravam, treinavam.


Nem todos tinham facilidade de se adaptar ao sistema enérgico do Sensei Ogawa e ao costume de participar dos afazeres da casa e da academia. Limpar o banheiro, cuidar da sala do Judô, arrumar o quarto e varrer o quintal, eram responsabilidade dos internos, pois todo trabalho doméstico de limpeza e manutenção da academia eram executados por eles e vistoriado pelo Sensei Ogawa.


Porém, Tadao Nagai, acostumado a lidar com o trabalho pesado, pois havia trabalhado na roça juntamente com seus pais e irmãos, logo adaptou-se às regras da casa e o Judô começou a fluir naturalmente e sua aptidão para a luta, aliada à sua força física e habilidades naturais, o fizeram se destacar entre os seus pares, pois, lutar, como ele diz, era com ele mesmo e por isso, sua estatura baixa não o atrapalhou em nada, apesar de naquela época não haver divisão de categoria de peso no Judô.


Entretanto, houve um certo período de desmotivação com relação ao esporte, mas, foi estimulado por seu pai e amigos a continuar no Judô e não abandonar o seu dom.


Assim, seguiu os conselhos recebidos e aos 15 anos tornou-se o mais jovem Faixa Preta da época. Sempre esforçado, e com o desejo de ajudar sua família, Tadao estudava durante o dia, treinava à noite e ainda, paralelamente, estudava o idioma japonês.


Quando concluiu o curso básico em 1952, pensando em ajudar a diminuir as despesas dos seus pais, resolveu deixar os estudos e retornar para junto da família, no interior de São Paulo e voltou a trabalhar na roça.


Entretanto, diante da insistência do Sensei Ogawa para que ele retornasse à capital Paulista, retornou após um ano, mas com o desejo de trabalhar fora da academia, a fim de obter recursos para ajudar sua família, pois sentia que essa responsabilidade deveria ser dele, já que era o filho mais velho, entre os 13 irmãos, porém, para não desagradar o seu Sensei, continuou apenas estudando e ajudando na academia.


Quando concluiu o Curso Técnico em Contabilidade, em 1955, mesmo contrariando a vontade do Sensei Ogawa, que não queria vê-lo trabalhar fora da Academia, Tadao, aos 19 anos, decidiu enfrentar a vida de acordo com suas aspirações.


Mas para não magoar o seu Sensei, resolveu mentir e dar a desculpa de que iria morar e trabalhar com o seu tio e foi morar em uma pensão. Entretanto, logo o Sensei Ogawa descobriu a mentira e o “obrigou” a voltar para a academia, mas dessa vez, aceitou que ele trabalhasse fora, mas Tadao continuou a auxiliar o seu Sensei, em suas horas de folga.


Embora tenha feito vestibular e ingressado no Curso Superior de Ciências Econômicas em 1958, Nagai não pôde concluir o curso, devido a tantos afazeres que executava ao mesmo tempo, pois o Judô tomava-lhe grande parte do dia, com a participação intensa nas competições e ainda era funcionário Público Federal do Instituto Brasileiro do Café (IBC).


Sua trajetória como atleta lhe rendeu muito títulos, entre eles, o de Campeão Paulista em 1955, Campeão Paranaense e vice-campeão da Colônia Japonesa, Suzano/SP, em 1956 e Campeão Brasileiro e do Torneio dos Faixas Pretas da Budokan, em 1957, quando integrou a Seleção Paulista de Judô.


No Torneio Internacional de Judô realizado no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo, entre as seleções do Brasil, Japão e Argentina foi considerado pelo mestre Kotani da Kodokan Japão, o atleta mais técnico da competição, sendo então homenageado com um troféu de Honra ao mérito.


Em 1959, foi Vice-campeão Paulista absoluto e tricampeão Universitário (1958, 1959 e 1960) defendendo a Faculdade de Economia, Finanças e Administração de São Paulo. Em 1960 com problemas no joelho, afastou-se das competições, mas, mais tarde, com o surgimento da divisão de categorias de peso, que até então não havia, Tadao resolveu voltar a competir, mesmo com o problema que o afastara dos tatames e começou a lutar na Categoria Super-Leve e novamente sagrou-se Campeão Paulista e Brasileiro.


Em 1961, em sociedade com o mestre Toranosuke Ono, Tadao Nagai fundou a Associação São Paulo Budokan, no bairro da Liberdade, em São Paulo e começou a revelar grandes nomes do Judô brasileiro, entre eles o Sensei Harada, que hoje pertence à Kodokan do Brasil, Keichi Kohara, Waldir Meleiro, Sadao Fleiming, Kenzo Mastsura, Salomão Rotenberg, Takanori Sekimi, Fitoshi Tamura, Paulo Murakawa, Romano Anziloti, Wataru Ueda, entre tantos mais.


Como dirigente foi presidente da Associação dos Faixas Pretas da Budokan, Segundo tesoureiro da FPJ- Federação Paulista Judô, na gestão do presidente Lucio Moreira Franca e ainda vice-presidente na Gestão do Presidente Katsuhiro Naito.

Em 1964, representou o Brasil no Torneio Pré-Olímpico realizado em Nova Iorque, quando conquistou o bronze e a convocação para a Seleção Brasileira/Olimpíadas em 1964, mas não chegou a participar das Olimpíadas porque sua cateogria foi cortada. Até hoje Tadao não sabe ao certo a razão de ter sido cortado, mas há rumores que a decisão foi em função da idade.


Tadao Nagai permaneceu nessa rotina até completar 30 anos, quando resolveu casar-se com a Sra. Shisako Nagai, mais conhecida como Dona Edite, que também é filha de imigrantes japoneses.


Dessa união, nasceram Elcio Kazuo Nagai, Sergio Tadashi Nagai, Silvana Harumi Nagai e Silvio Teruo Nagai, todos judocas, que com a mesma “veia” do pai, foram diversas vezes campeões Pernambucano e Estudantil.


Elcio Kazuo, o primeiro filho do casal, apesar do talento para o Judô, deixou falar mais alto a paixão pela informática e atua na área da Tecnologia da Informação, em São Paulo, mas os demais filhos seguiram os passos de Tadao e são professores de Judô.


Pouco depois do nascimento do seu segundo filho, Tadao Nagai foi transferido para Recife, em 1970, pelo Instituto Brasileiro de Café e decidiu que se afastaria do Judô para dedicar-se exclusivamente ao seu trabalho e à sua família, mas o amor pelo Judô não o deixou resistir aos insistentes convites que recebia do Dr. Williams Arruda, então presidente da Federação Pernambucana de Pugilismo, que regia o Judô em Pernambuco, naquela época.

Assim, cedendo aos convites e aos próprios sentimentos, Tadao Nagai promoveu uma verdadeira revolução no Judô pernambucano, impondo uma nova ordem, uma nova direção, nova sistemática de ensino, baseada na filosofia, na pedagogia, técnica e também na formação física de seus atletas e estabeleceu um marco no Judô pernambucano, que pode ser dividido em antes e depois de Tadao Nagai.

Então, em 1971, Nagai fundou sua própria academia, a Associação Nagai de Judô, que já formou centenas de faixas pretas e pela qual passaram diversos atletas de destaque Estadual, Nacional e Internacional, entre eles, o tricampeão Brasileiro Arthur Castelo Branco e os atletas Gabriel Pinheiro, Mariana Barros e Katherine Campos, que diversas vezes compuseram a seleção brasileira de Judô. Outros alunos trilharam o viés educacional e hoje disseminam o Judô em suas academias e revelam novos atletas no cenário nacional, como o Sensei Carlos Tevano, que vem ano a ano contribuindo para o crescimento do Judô Pernambucano.


Em 1987, Sensei Tadao Nagai conduziu a Seleção Brasileira ao título de Campeã Pan-americano de Judô, como chefe da delegação brasileira Juvenil e Júnior, no México.


Hoje, 9º DAN, na tranquilidade da sua missão cumprida, o Sensei Tadao Nagai fala em alto e bom som: “O que sou hoje devo à família Ogawa e aos meus pais que foram os meus grandes incentivadores e responsáveis por toda minha trajetória no Judô e na vida.


As minhas conquistas foram com muito trabalho e sacrifício, então, minha mensagem àqueles que estão iniciando é que toda pessoa deve procurar realizar o que almeja com trabalho e sacrifício, pois a falta de tempo não é desculpa, o que falta é determinação. As conquistas adquiridas com sacrifício, apesar de desgastantes são mais valorizadas. Na vida é preciso perseverança.


Tenho meus filhos formados, que estão dando continuidade ao meu trabalho, continuarei nessa caminhada enquanto a vida permitir”.


Em 2019, Tadao Nagai recebeu das mãos do Cônsul-Geral Maruhashi a Comenda Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro e Prata, do trigésimo ano da Era Heisei, condecorado, portanto, com o título de comendador, mais um merecido título para o nosso Sensei Tadao Nagai, que já tinha, em outra ocasião, recebido uma homenagem da Embaixada do Japão no Brail.

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